OS ENTALHES DE EDMÍILSON RIBEIRO

JORNAL A TARDE,SALVADOR,  BAHIA, 24 DE AGOSTO DE 1974

Um dos mais destacados artistas plásticos, Edmílson Ribeiro, baiano de Vitória da Conquista, está participando de uma exposição coletiva onde foram selecionados alguns artistas para a chamada Mostra de Artes Olimpíadas do Exército 74, no Teatro Castro Alves.

Edmílson é ex-aluno do entalhador Zu Campos, que fez escola na Ladeira de Santa Tereza, nas imediações do Museu de Arte Sacra. Hoje, Edmílson é um entalhador de primeira categoria com trabalhos espalhados por vários países. Seus entalhes fogem do primitivo e apresentam um colorido bonito.

Mas, o que caracteriza o seu trabalho é sem dúvida a ideia de profundidade. Seus beatos, são figuras místicas que superpostas mostram uma perfeita utilização dos espaços. Tudo é aproveitado e dá uma completa composição plástica. Foto ao lado.

DOIS ARTISTAS BAIANOS HUMILHADOS

Dois pintores baianos, Luís França e Nivaldo Bahia, que foram à Guanabara tentar expor na Feira da Providência, voltaram decepcionados. Além de não conseguirem expor seus trabalhos tiveram alguns apreendidos, num total de 28 telas, por agentes do Departamento de Fiscalização da Secretaria de Justiça, daquele Estado. Até hoje não receberam suas obras,que só serão liberadas mediante o pagamento de uma fiança no valor de Cr$ 200,00

Concordo que a atitude dos fiscais é de certa forma condenável, porém, os dois pintores baianos também tem uma dose de culpa. O problema é que estamos acostumados a fazer as coisas de qualquer forma.

Não é possível organizar-se uma promoção como a Feira da Providência sem uma rígida organização necessária,  e na realidade me parece que  o que houve foi o choque da organização com o dá-se um jeitinho.

NOVO HORÁRIO

Uma portaria do Provedor, Sr. Victor Gradim alterou o horário para visita a Pinacoteca da Santa Casa de Misericórdia da Bahia, que agora será das 14 às 17 horas, de segunda-feira à sábado. Ficou ainda determinado que a entrada será pelo claustro.

TROFÉU

Ana Letícia, Gilberto Chateaubriand, Stanislaw Barcinsky, Mar Berkowitz e Frank Schaeffer, integraram o júri que após cinco horas de reunião, selecionou os vinte concorrentes ao Troféu Intercontinental que comemora o primeiro aniversário da Galeria Intercontinental, na Guanabara.

O troféu será destinado ao artista que mais se tenha destacado nas Artes Plásticas, no período compreendido entre julho deste ano. A escolha será baseada nos catálogos remetidos à Galeria      por outras galerias e museus.

Foram selecionados pelo júri os seguintes artistas: Vinício Horta, Valtércio Caldas, Vanda Pimentel, Tunga, Luís Beltrani, Ana Maria Malonino, Luís Carlos Linderberg, Tancredo de Araújo, Ângelo de Aquino, Barrio, Jorge Eduardo Alves de Sousa, Vergara, Emil Wainstock, Amador Peres, Luís Gregório Novaes Correa, Leandro Abril Teixeira, Bia Wouck, Cocarelli, Rogério Luiz e Milton Macedo.

BIENAL APRIMORA FORMAÇÃO DE MONITORES

Todas as semanas estou apresentando nesta coluna informações sobre a 13ª Bienal de São Paulo  e continuarei informando aos leitores tudo que ocorrer com relação a esse evento.

Agora mesmo a Fundação Bienal acaba de transformar seu curso de monitores num curso mais dinâmico que vai abordar como temas básicos a História da Arte Brasileira, as Linguagens Artísticas do Século XX e Metodologia da Arte.

A equipe responsável pelo curso é formada por Rafael Buogermino, professor da Universidade de São Paulo; Walter Zanini, também professor da USP; e Diretor do Museu de Arte Contemporânea, Albert Hemsi encarregado do setor de documentação visual e Radhá Abramo que é Assistente Cultural e Artístico da Fundação Bienal de São Paulo.

O curso está dividido em três etapas sobre Arte do Século XX (1900-1945) e também Metodologia da Arte. Os alunos farão trabalhos práticos e serão os monitores da 13ª Bienal Internacional.
Esta obra acima  que foi apresentada na Bienal é de de autoria de Armando Sendin ,um dos representantes da delegação de Brasília. Ele utilizou fotografia para registrar estas figuras na tela.