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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

MÁRCIA MAGNO E A LEVEZA DE SUAS NOVAS GRAVURAS - 28 DE SETEMBRO DE 1980


JORNAL A TARDE, SALVADOR,  DOMINGO, 28 DE SETEMBRO DE 1980

MÁRCIA MAGNO E A LEVEZA DE SUAS NOVAS GRAVURAS


"Meu trabalho é transparente, colorido e forte.Sempre fiz xilogravuras e a força da minha fase atual é o abstrato geométrico, são trabalhos simétricos que partem das laterais e convergem para o centro das telas. Assim, Márcia Magno, baiana, formada pela Escola de Belas Artes da UFBa., começa falando da sua exposição de Xilogravuras Policromadas, na Capela do Solar do Unhão até 30 de setembro.
Os trabalhos de Márcia tem uma forte ligação com o afetivo, o suave e com sua personalidade marcante.São formas geométricas habilmente construídas com uma transparência de cores refletidas num concretismo de objetos construídos e destinados a um espaço natural. A combinação dos círculos e dos triângulos superpostos em estados, resultam em formas quase naturais sugerindo uma beleza de emoção e sentimento do externo feminino, em contraste com a ordem, a elaboração das faixas de linhas retas completamente perfeitas e literalmente belas.
A transferência das gravuras de Márcia tem um valor relevante, pela plasticidade implícita e pelo dimensionamento do espaço. A polivalência espacial e os acordes cromáticos tornam-se mais harmônicos pelas concordâncias de luminosidade e croma. São persistentes e sugestivas impressões superpostas, a procura consciente e sensível de novos efeitos visuais.
Sobre sua arte falou Juarez Paraíso:”... Na gravura de Márcia Magno, o instinto, o emocional, a cor de forte impacto longe da timidez dos tons griso dos primeiros tempos da gravura colorida, se contrapõe ao racional, à abstração geométrica. Márcia rompe o sentido clássico da simetria, qualidade estrutural mais imediata do seu trabalho, retomando-a em função de um conceito formal mais eficiente, onde o dualismo figura rundo é reversível, rico de implicações visuais. A simetria torna-se mais plástica- continua Juarez- mais dinâmica, pois a reversibilidade permite, em diferente níveis de espaço, o confronto de estruturas diferenciadas, a articulação virtual de um contexto assimétrico” finaliza.
Para Márcia, o grande encanto do seu trabalho são as arraias”, feitas em papel mais fino e que levam até três impressões. São realmente um achado, identificam-se com o gesto cultural de um povo. Acrescenta conteúdos na utilização dos elementos naturais, o vento. Novos estímulos visuais são acrescentados, se empinadas, movimenta-se a gravura no espaço; mutantes matrizes de deslocando entre céu, nuvens e arco-íris.As arraias, como todo trabalho de Márcia Magno, são resultados de um sentimento claro, transparente e azul que habita o interior de seu ser.

CADERNO DE ANOTAÇÕES DE DA VINCI EM LEILÃO
Uma das páginas do codex Leicester de Da Vinci

Um dos mais valiosos manuscritos do mundo ainda de propriedade particular -um caderno de anotações escrito e ilustrado por Leonardo da Vinci- será levado a leilão em dezembro, podendo alcançar até o recorde absoluto de ser arrematado por 10 milhões de dólares.
Até hoje, o maior lance feito num leilão de arte ocorreu em Nova Iorque no começo do ano pelo quadro de Joseph Turner,  Juliet And Her Nurse.
O manuscrito foi enviado a Christies pela família do conde de Leicester e será levado à Leilão no dia 12 de dezembro.Devido aos enormes encargos fiscais que enfrentam, os curadores das propriedades da família Leicester resolveram vender, entre outros tesouros, o codex Leicester, como é conhecido o manuscrito de Da Vinci.
A família nobre inglesa comprou o manuscrito em 1717 de um colecionador italiano, Giuseppe Ghezzi, que na época comentou amargamente que se desfazia do caderno que mesmo então já era considerado uma excepcional obra de arte por causa do poder do ouro.
O manuscrito é considerado um documento único não apenas por ter sido feito por um artista imortal, mas também porque nele Da Vinci descreveu a luz secundária da lua, 200 anos antes da ciência confirmá-la.

O SERTÃO FOCALIZADO

Acostumado com as casas de barro batido como única opção de abrigo, o sertanejo estranha o interesses de estudiosos e visitantes em fotografar ou colher informações sobre seu modo de vida. Agora o sertão baiano volta a ser temática de uma exposição fotográfica de Edgar Ricardo Von Buetter, que será realizado no Museu Guido Vianna, da Fundação Cultural de Curitiba, no Paraná. Sempre ele vem à Bahia em busca de  subsídios para seu estudo etnográfico que realiza e que tem apoio de organismos suíços. Quase não permanece em Salvador, prefere visitar as regiões à margem do São Francisco, onde aliás, consegue documentar grande parte de sua obra fotográfica.Pela qualidade desta fotografia acima podemos aquilatar a importância deste trabalho documental e etnográfico que Buettner faz em nossa Bahia.

MUSEU DO INCONSCIENTE REPRODUZIDO EM LIVRO

O artista Artur Bispo do Rosário e sua obra
que está no Museu do Inconsciente
A Funarte, o Museu de Imagens do inconsciente e a Sociedade Amigos do Museu de Imagens do inconsciente lançaram o livro Museu de Imagens do Inconsciente, na sala do Conselho Curador da Fundação Nacional de Arte- Rua Araújo Porto Alegre, 80. O livro reproduz obras de sete internos do Centro Psiquiátrico Pedro II, no Engenho de Dentro, no Rio, e tem a coordenação editorial do crítico Mário Pedrosa, assessorado por Themira de Oliveira Brito, secretária geral da Sociedade Amigos do Museu.
Os textos sobre os artistas esquizofrênicos são de Mário Pedrosa, José Lins do Rego, Ferreira Gullar, Sérgio Millet, Martha Pires Ferreira e Marinho de Azevedo, além da psiquiatra Nise da Silveira, que escreveu o histórico sobre o museu, o único do mundo e que funciona no Centro Psiquiátrico Pedro II.
As 80 reproduções, entre pinturas a óleo e guache, desenhos e modelagens, foram feiras pelo fotógrafo Humberto Franceschi, um apaixonado pelo trabalho da Seção de Terapêutica Ocupacional do hospital. O critério de seleção das obras levou em conta, exclusivamente, a qualidade dos artistas.
O livro, de 192 páginas e tiragem de 5 mil exemplares, foi produzido pelo Departamento de editoração da Funarte e faz parte da coleção Museus Brasileiros. Ele pode ser adquirido pelo Reembolso Postal ou na Loja Funarte- Rua México, 101- por CR$800.

DALI E SEUS BIGODES BRANCOS

O pintor espanhol Salvador Dali reagiu dizendo que nada era mais falso que sua anunciada morte, pois estava trabalhando num novo quadro intitulado Cavalo Muito Alegre. Disse o divertido artista que “se algum dia eu morrer- o que não é certo-  espero que as pessoas dos cafés de Figueres (Catalunha) digam que Dali morreu, mas não totalmente”.
Ele deu uma extensa entrevista à revista Câmbio 16 e apareceu numa das fotos que ilustra a reportagem (pela primeira vez) com seus bigodes brancos e mostrando uma foto de sua esposa Gala, quando jovem. Prometeu ainda que no dia 15 de outubro, quando reaparecerá em público, proferirá um discurso no qual “finalmente resolverei o segredo dos meus bigodes”. Negou, ainda, que estivessem em dificuldades financeiras e também as notícias de que seu secretário particular Enrique Sabater tivesse enriquecido as suas custas. Foi o próprio Sabater que encaminhou o questionário previamente elaborado  pelo editor da revista Câmbio 16, e este, afirmou também, que “Dali não é o meu melhor negócio”

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